domingo, 2 de abril de 2017

OS PRIMEIROS HOMENS E A IDÉIA DE DEUS


Acreditando ou não na existência divina, o homem necessita de Deus para compreender-se a si mesmo e entender os mistérios da vida e da Natureza. É por esse motivo que não se tem notícia de povos ateus entre os primeiros grupos humanos que habitaram o mundo primitivo. O moralista e historiador grego Plutarco (45-125 d.C.) costumava dizer que "é possível encontrar cidades sem muralhas, sem ginásios, sem leis, sem moedas, sem cultura literária; mas um povo sem Deus, sem orações, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, jamais foi encontrado". E esta afirmação continua plenamente válida até os dias de hoje.

JAMAIS FORAM ENCONTRADOS POVOS ATEUS
Todos os grandes estudiosos das religiões, em todos os tempos e entre todos os povos, confirmam que a crença na existência de Deus é universal. Nunca existiram povos ateus. O teólogo holandês C. P. Tiele (1830-1902), no seu manual de História Comparada das Antigas Religiões diz que "a afirmação de povos ou tribos sem religião repousa ou em observações inexatas, ou numa confusão de idéias. Nunca se encontrou tribo ou nação que não acreditasse em um Ser superior; os viajantes que afirmaram o contrário foram depois desmentidos pelos fatos".


Tanto os antigos missionários que partiram para evangelizar os mais longínquos recantos da terra, como também os exploradores de regiões desconhecidas depararam-se com a idéia de um Ser Supremo espalhada entre os povos. No livro Uma Introdução para a História das Religiões, Frank Byron Jevons cita oito autores especializados no assunto para confirmar que nunca foi encontrada qualquer tribo destituída da idéia de Deus. E por último, eis o que diz o renomado antropólogo Armando de Quatrefages (1810-1892) na 4- parte do seu livro A Espécie Humana: "Obrigado pelo meu magistério a passar em revista todas as raças humanas, procurei o ateísmo entre as mais degradadas e as mais elevadas. Não o encontrei em lugar nenhum, a não ser no estado individual... O ateísmo só existe em estado errático. Tal o resultado de uma investiga¬ção que posso chamar conscienciosa, e que comecei muito antes de subir à cátedra de Antropologia."
Por esse e outros motivos, podemos afirmar que o ateísmo — essa epidemia que vem contaminando ao longo dos séculos o espírito de milhões de seres humanos — é uma espécie de câncer que nasce no coração de indivíduos soberbos, uma posição vaidosa, uma decisão precipitada, superficial e, em muitos casos, uma fuga. Porém, devemos também considerar que muitos se declaram ateus por jamais terem sido eficiente¬mente alcançados pela reveladora e transformadora mensagem de Jesus Cristo.


Crença universal de Deus
Em qualquer povo, raça ou nação; em qualquer tempo, é presente a crença em um SER SUPREMO; DEUS. A crença na existência de Deus é praticamente tão difundida quanto a própria raça humana, embora muitas vezes se manifeste de forma pervertida ou grotesca e revestida de idéias supersticiosas. É evidente que o mesmo Deus que fez a natureza, com suas belezas e maravilhas, fez também o homem dotado de capacidade para observar, através da natureza, o seu Criador; DEUS. "Porquanto o que se pode conhecer de Deus, neles está manifesto; pois Deus lho manifestou. As perfeições invisíveis dele, o seu poder eterno, e a sua divindade, claramente se vêem desde a criação do mundo, sendo percebidas pelas suas obras" (Rom. 1:19,20).

Deus não fez o mundo sem deixar certos sinais, sugestões e evidências claras, que falam das obras das suas mãos. "Mas os homens conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem deram graças, antes se enfatuaram nas suas especulações e ficou em trevas o seu coração insensato" (Rom. 1:21). O pecado fez embaçar a sua visão; perderam a vista a Deus e, em vez de ver a DEUS através da criatura, desprezaram-no pela ignorância e adoraram a criatura. Foi desta maneira que começou a idolatria. Mas até isto prova que o homem é criatura adoradora e que forçosamente procura um objeto de culto.
Esta crença universal em Deus é prova de quê? É prova de que a natureza humana é constituida da crença em um Ser superior. É a aceitação dum Ser acima das forças da natureza. Um sentimento de dependencia de Deus como quem domina o destino do homem. Desta maneira vemos que o homem, por natureza, é constituído para crer na existência de Deus, para confiar na sua bondade, e para adora-lo. Este sentimento religioso não se encontra nas criaturas inferiores. Por mais que procurassem ensinar religião ao mais elevado dos seres inferiores, é em vão. Falta ao animal a natureza religiosa. Só no homem essa natureza religiosa é encontrada.

Certamente, se em algum lugar se haja de procurar ignorância de Deus, em nenhuma parte é mais provável encontrar exemplo disso que entre os povos mais distanciados da civilização humana. E todavia, não há nenhuma nação tão bárbara, nenhum povo tão selvagem, no qual não esteja profundamente arraigada esta convicção: Deus existe!

O argumento baseado na crença universal não pode ser desprezado. O homem em toda parte acredita na existência de um Ser Supremo ou Seres a quem moralmente responsável e a quem necessita oferecer propiciação. 

Deus a todos, sem exceção, exibe sua divina majestade na criação e nas criaturas, contudo é necessário adicionar outro e melhor recurso que nos dirija retamente ao próprio Criador do universo e a um conhecimento pleno de sua vontade, reta adoração e devoção. Portanto, Deus não acrescenta em vão a luz de sua Palavra para que a salvação se fizesse conhecida.


TODO HOMEM, MESMO QUE SUFOCADA E VAGAMENTE, TEM A IDÉIA DE UM DEUS INFINITO E PERFEITO (AT 17:21-23 [“AO DEUS DESCONHECIDO”]; ROMANOS 1:18-20); ESTA IDÉIA, POR SER INFINITAMENTE SUPERIOR AO HOMEM E AO UNIVERSO, NELES NÃO PODE TER SE ORIGINADO; LOGO ELA SÓ PODE TER SE ORIGINADO EM DEUS, QUE EXISTE E É INFINITO E PERFEITO. Contudo, desde a Queda, tal conhecimento encontra-se deformado pelo pecado. Por essa razão, esse conhecimento é corrompido pelo pecado e o ser humano não pode conhecer a Deus corretamente.
O Apostolo Paulo em sua epistola aos Romanos diz que, por causa da impiedade e perversão dos homens, há uma corrupção do conhecimento verdadeiro de Deus, “que detêm a verdade pela injustiça”. A própria idolatria confirma este fato. Aceitar, portanto, o ateísmo como estilo de vida e fé seria negar toda a realidade da natureza humana.


(Romanos 2:14-15/ Salmos 32:3-5; 38:1-4; Eclesiastes 12:14; Miquéias 6:8; Romanos 1:19-32; 2:14-16): Uma voz insilenciável fala incessantemente à consciência, exige-lhe obediência e assevera de um Juiz que punirá cada desobediência [“Não fora esta voz ... e eu seria ateu” cardeal Newman]; Esta voz sobre a consciência não é nem imposta pelo indivíduo nem pela sociedade (freqüentemente lhes é contrária!); Portanto, existe alguém que fala à nossa consciência, que é bom, justo juiz, senhor, autor e mantenedor de uma lei moral permanente, absoluta e mandatória: Deus.
A moralidade está presente em todas as culturas e raças da humanidade. Se tirarmos seus referenciais supersticiosos, veremos na humanidade um princípio moral. O apóstolo Paulo escreveu: "Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho". (Romanos 2.14-16).


Qual a conclusão que se tira deste conhecimento universal do bem e do mal? Que há um Legislador que idealizou uma norma de conduta para o homem e fez a natureza humana capaz de compreender esse ideal. A consciência não cria o ideal; ela simplesmente testifica acerca dele, registrando a sua conformidade ou não-conformidade.

Quem originalmente criou esses dois poderosos conceitos do bem e do mal? Deus, o Justo Legislador! O pecado ofuscou a consciência e quase anulou a lei do ser humano; mas no Monte Sinai Deus gravou essa lei em pedras para que o homem tivesse a lei perfeita para dirigir a sua vida. O fato de que o homem compreende esta lei, e sente a sua responsabilidade para com ela, manifesta a existência dum Legislador que criou o homem com essa capacidade. 

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