quinta-feira, 13 de abril de 2017

PÁSCOA (03)


A Ultima Ceia: a Páscoa Cristã
Um acontecimento tão importante como aquele que deu origem à nação de Israel não poderia ser ignorado pelo Novo Testamento. Isso pode ser comprovado nos cinco pontos abaixo:

1. A morte de CRISTO, que ocorreu exatamente no período da páscoa, sempre foi considerada um evento capital para os primeiros cristãos, e daí por diante, durante todo o cristianismo. JESUS é chamado de nosso "Cordeiro pascal- (ver I Cor. 5:7). Isso tem sido associado pelos cristãos à ideia de expiação e livramento, que nos liberta dos inimigos da alma.

2. A ordem de não ser partido nenhum osso do cordeiro pascal foi aplicada por João às circunstâncias da morte de JESUS CRISTO (ver Êxo. 12:46 e João 19:36), pelo que foi estabelecido um vínculo entre os dois eventos, fazendo o primeiro ser símbolo do segundo. A ideia de expiação, como é patente, faz parte vital da questão.
3. O cristão (tal como os antigos israelitas) deve pôr de lado o antigo fermento do pecado, da corrupção, da malícia e da desobediência, substituindo-o pelos pães asmos da sinceridade e da verdade. A santificação faz parte necessária da experiência cristã.

4. A última Ceia é exposta nos evangelhos sinópticos como uma refeição pascal. O evangelho de João (18:28; 19:14) apresenta o fato de que a refeição foi tomada antes da celebração, e JESUS foi crucificado ainda naquele mesmo dia (lembrando que, para os judeus, o dia começava às 06:00 horas). Para muitos, isso constitui um dos grandes problemas de harmonia dos evangelhos. Porém essa pequena deslocação cronológica em nada contribui para anular a associação da última ceia com a páscoa. Talvez o Senhor JESUS tenha antecipado a refeição por algumas poucas horas. Nesse caso o quarto evangelho expõe a correta cronologia quanto à questão. O ensino paulino sobre a última ceia (1 Cor. 11:23-26) faz com que a mesma seja um memorial tanto da morte libertadora de CRISTO quanto da expiação. Ambos os elementos faziam parte da páscoa do Antigo Testamento, segundo já vimos. Paulo não menciona especificamente a páscoa, daquela seção, embora ele o faça em I Cor. 5: 7.


 A ceia do Senhor é um memorial que deve ser mantido vivo, até que o Senhor retorne. Essa é a ênfase paulina, que não se vê nos evangelhos sinópticos, embora apareça em Luc. 22.19. Provavelmente, esse elemento foi uma adição cristã às declarações feitas por JESUS, embora sugerida pelo que ele havia dito, se é que ele mesmo não ensinou assim. Por outro lado, é possível que Mateus e Marcos tenham omitido uma afirmação genuína de JESUS, e que Paulo e Lucas preservaram. O que é certo é que JESUS reinterpretou a páscoa em consonância com as suas próprias experiências. A páscoa, pois, foi encarada pela Igreja cristã como uma daquelas muitas coisas que receberam cumprimento e adquiriram maior significação na pessoa de CRISTO.

O êxodo cristão.
 Não nos deveríamos esquecer desse aspecto. A páscoa do Antigo Testamento marcava o começo de urna saída da escravidão; e, de fato, era o poder por detrás dessa libertação. Assim também, em CRISTO, encontramos um êxodo que nos liberta da velha vida com sua escravização ao pecado. No sentido teológico, algo foi realizado que não poderia ter sido realizado pela lei. Esse é o tema principal tanto de Paulo (com sua doutrina da justificação pela fé) quanto do tratado aos Hebreus. O êxodo judaico libertou um povo inteiro da servidão física. O êxodo cristão oferece a todos os homens a libertação do pecado, bem como a outorga do Reino da Luz, onde impera perfeita liberdade.




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